[Crônica] Sanidade




 "Sanidade". 25 de agosto de 2018  · Rio de Janeiro  · Forte do Copacabana.  Tirada com o celular. Sem filtro ou efeitos. 


Quando desistir de uma meta é um sinal de liberdade e autoconhecimento de suas limitações ou de fraqueza ou preguiça que geram a própria limitação?

Não consigo me decidir.... apenas sofrer a angústia da indecisão.
Ser livre, mas incompetente ou
Ser produtivo, mas sujeitado ao esgotamento.

O tempo é tão imperativo para cada uma destas decisões...
Viver é estar vivo ou manter-se vivo?
Sobreviver é viver?

Uma folha que se queima ou se desprende da árvore ainda é uma folha?
Só porque parece com uma? Só porque foi uma alguma dia?
Ela não mais faz fotossíntese... sua integridade, pouco a pouco, definha em finitude.
Se ela tivesse consciência não se apegaria a sua existência anterior...
Ou será que seu desprendimento é justamente uma prova desta percepção que transcende sua existência?

E nós?

Conscientes de que não somos mais necessários no ecossistema não nos desapegaríamos da nossa árvore, abrindo espaço para que a luz chegue até quem possa processá-la adequadamente?

Não seria esta atitude um símbolo máximo de liberdade e compromisso com o coletivo?
Sua última ação consciente de produtividade ao se reconhecer improdutivo ou inválido?

Seria o ato de loucura mais íntegro de pura e simples sanidade.

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