[Artigo] Festejos Religiosos no Judaísmo

 


Estou disponibilizando uma série de artigos curtos, informativos, que publiquei no Jornal do Commercio, em Recife, durante o ano de 2005. Na ocasião, eu trabalhava no Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco e aproveitava partes dos conteúdos que pesquisava para produzir textos informativos sobre os ciclos de festejos religiosos relacionados à cultura judaica.

 

Os textos sempre saíam numa coluna que era publicada aos domingos, no caderno Cidades, focado em Religiões.

 

Consegui recuperar alguns deles:

 

Shavuot: a colheita da fé

Jornal do Commercio. Religiões. Caderno Cidades, p.8, 3 de julho de 2005. 

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Shavuot: A Colheita da Fé

 

Shavuot é a segunda maior festa dentro do judaísmo e significa “semanas”, ocorre nos dias seis e sete de Sivan (13 e 14 de junho). É a consumação da contagem do Òmer, o período de sete semanas após a comemoração de Pessach. Também é conhecida como Pentecostes, por ser o 50º dia após Pessach. Em Shavuot há dois sentidos de comemoração: a primeira celebra o fim da colheita da cevada e o início da ceifa do trigo, e das frutas tão importantes para aquela região, pois marcava o momento que os fazendeiros nas cercanias de Jerusalém chegavam com as primeiras frutas, era um ritual chamado Bikkurim. É a primavera e a máxima bíblica que diz “terra que emana Leite e mel” faz sentido, neste festejo também há o costume de se comer muitos derivados de leite, porque quando Deus entregou a torá houve a validação das leis dietéticas (Kashrut) que proíbem misturar carne com derivados de leite, assim sem ter os utensílios kasher (permitidos) foram obrigados a se alimentar de frutas e derivados de leite. É por isso que em Shavuot as mesas são coloridas, adornadas com flores e sete oferendas: trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras. Shavuot emana tanta alegria e felicidade que a segunda noite é um dos quatros únicos momentos que se acende uma vela especial chamada Yahrzeit, que tem a função de recordar a memória de pessoas queridas que já se foram, desfrutando com elas desta alegria, pela colheita, pela Torá e pela Fé judaica que se fortalece. E este talvez seja o fator mais importante de shavuot: a consagração da religião judaica pelo presente de Deus, através do recebimento da Torá no monte Sinai por Moiséis. Devido a este fato, Shavuot também é entendido como “juramento” da aceitação da Lei da Tora e da aliança com Deus. A Torá representa a instrução ou orientação que Deus entregou a Moiséis e aos judeus, em forma escrita e oral. É na Torá que estão presentes os 613 mitsvot ou mandamentos (248 positivos e 365 negativos) que regem a vida judaica em todas as suas formas. E ainda, um outro fator ocorre e é lembrado nesta época: a conversão de Rute, princesa que abandona o politeísmo da sua região de origem e adota a religião de sua sogra judia, Naomi, mesmo depois da morte do marido.  Desta forma, o livro de Rute é lido em Shavuot, lembrando as pessoas o brio de Rute e sua ligação com a fé judaica. Este é o único exemplo prosélito a ser lembrado ano após ano com o objetivo de instruir nos corações de cada judeu a felicidade e graça de possuir a Torá e poder dela desfrutar.


O Sentimento de Pessach

Jornal do Commercio. Religiões. Caderno Cidades, p.13, 3 de abril de 2005. 

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Sefirat Ha-Omer: a preparação espiritual

Jornal do Commercio. Religiões. Caderno Cidades, p.8, 29 de maio de 2005. 

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Sefirat ha-ómer: A Preparação Espiritual

Durante 49 dias a partir das comemorações de Pessach, os judeus se preparam para uma outra celebração grandiosa: Shavuot, que é o recebimento da Torá (Pentateuco) e seus ensinamentos. Neste período ocorre o Sefirat ha-ómer, a contagem do Ómer. Sefirat significa algo como “fazer brilhar” e  "Ómer" é um feixe de cevada recém colhida, simbolizava uma porção. Esta porção era entregue diariamente no templo servindo de contagem para Shavuot. Além de servir como um ritual para marcar a passagem do tempo até a grande comemoração, este período de sete semanas tem uma importante função dentro da prática do judaísmo: preparar os judeus para sua ascensão espiritual e religiosa. Se Pessach consolida sua identidade enquanto grupo, Shavuot, solidifica sua identidade enquanto religião. Afinal, é neste festejo que se comemora a entrega das leis do decálogo – os 10 mandamentos. É um período de purificação, de transição, entre povo escravizado e nação consagrada. É o fazer brilhar a porção de cada individuo, e seu contrato pessoal com Deus. Por isso a contagem do Ómer sempre esteve envolta por um sentimento de alegria, realizações e recompensas, sobretudo de alegria pela boa colheita. Entretanto, a história reservou para este período vários acontecimentos que o levaram a ser considerado como um período de semi-luto. Uma epidemia mortificou os 24.000 discípulos do Rabi Akiva, importante líder espiritual, no século II d.C. Outro acontecimento foi o massacre da Renânia, pelos Cruzados. Após a destruição dos templos, que recebiam a contagem, o período passou a ter um aspecto melancólico e repleto de impedimentos para festejos, casamentos, festas e qualquer outro tipo de comemoração. São feitas três ressalvas, onde é permitido celebrar: o Iom Haatzmaut, quando se comemora o aniversário do Estado de Israel em 14 de maio (5 de Iyar); o Lag Baomer o 33º dia de ómer, único dia que houve uma trégua na epidemia que afligiu os discípulos do Rabi Akiva, que ocorre em 18 de Iyar (27 de maio) e, nIom Ierushalaim, quando se comemora a reunificação de Jerusalém após a guerra dos Seis Dias em 6 de junho (28 de Iyar). O Calendário religioso judaico se organiza de tal forma a criar um ambiente de desenvolvimento espiritual e crescimento moral nos praticantes. Cada atividade visa desenvolver uma pratice religiosa, por isso que após o êxodo do Egito, os judeus contavam cada dia que se passava para receber as novas instruções divinas que os levariam à Terra Prometida e consolidariam sua Fé e seu Destino.

 



Kashrut: as leis dietéticas judaicas

Jornal do Commercio. Religiões. Caderno Cidades, p.11, 29 de janeiro de 2005. 

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A paixão dos judeus

Jornal do Commercio. Religiões. Caderno Cidades, p.11, 29 de janeiro de 2005. 

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